Chefão da STELLANTIS quer o Brasil no submundo dos carros à combustível

ATRASO ▶️ A Crítica do executivo faz parte de um poderoso lobby que se instalou no Brasil contra os carros elétricos e a favor da indústria do etanol como combustível
O português Carlos Tavares, chefão da Stellantis, que olha para o mundo a partir da poderosa Europa, disse esta semana que o Brasil não precisa de carros elétricos. Na visão dele, “o elétrico não faz sentido se comparado com o carro que pode rodar com 100% de etanol”. E completou: “Sem contar que é muito mais caro para a classe média”.
Carlos Tavares fez essa declaração em entrevista à repórter Marli Olmos, do jornal Valor Econômico. O CEO da Stellantis acrescentou que, apesar de ser contra, não deixará de oferecer carros 100% elétricos no mercado brasileiro: “Não pretendo deixar esse nicho de mercado para meu concorrente, então estarei lá também.
Na versão topo de linha (ou R$ 76.980 com os opcionais). Ou renovando ad eternum as benesses concedidas pelo poder público para produzir carros em Pernambuco.
Em segundo lugar está um olhar preconceituoso do europeu para a América do Sul. O olhar de quem vê este lado do mundo como um espaço para lucrar muito sem a necessidade de fazer os maiores investimentos para oferecer os carros mais avançados do mundo – em termos ecológicos e de segurança.
Carlos Tavares é um executivo admirável, mas sua forte crítica à eletrificação dos carros no Brasil não tem nada de nobre. Faz parte de um poderoso lobby que se instalou no Brasil contra os carros elétricos e a favor da indústria do etanol como combustível. A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) lidera esse lobby para que o Brasil permaneça quietinho no submundo dos carros.
Esse lobby liderado pela Anfavea conta com o apoio da Stellantis e da Volkswagen, entre outras montadoras, mas não tem a bênção da General Motors, por exemplo. Na contramão do lobby do etanol, a GM já avisou que não quer saber de carros híbridos no Brasil.
Enquanto a Stellantis se agarra à ideia do etanol aqui no Brasil, corre desesperadamente na Europa e nos Estados Unidos para recuperar seu atraso no desenvolvimento de carros elétricos. As marcas Jeep, Ram, Dodge, Chrysler, Fiat e Alfa Romeo.