Vereador de Caxias do Sul é expulso do partido por falas xenofóbicas de trabalhadores baianos

As declarações xenofóbicas foram contra nordestinos submetidos a trabalho análogo à escravidão em vinícolas de Bento Gonçalves e culpou os funcionários pelas péssimas condições oferecidas por produtoras de vinhos.

Vereador de Caxias do Sul é expulso do partido por falas xenofóbicas de trabalhadores baianos

DISCURSO DE ÓDIO ▶️ O Patriota anunciou nesta quarta-feira 1º a expulsão do vereador Sandro Fantinel, de Caxias do Sul, dos quadros do partido. Na terça 28, ele proferiu declarações xenofóbicas contra nordestinos submetidos a trabalho análogo à escravidão em vinícolas de Bento Gonçalves e culpou os funcionários pelas péssimas condições oferecidas por produtoras de vinhos.

Segundo a legenda, o pronunciamento foi “desrespeitoso e inaceitável” e “está maculado por grave desrespeito a princípios e direitos constitucionalmente assegurados, à dignidade humana, à igualdade, ao decoro, à ordem, ao trabalho”.

O caso está sob investigação da Polícia Civil. Após instaurar o inquérito, nesta quarta, o delegado Rafael Keller, que responde pela 1ª Delegacia de Polícia de Caxias do Sul, informou ter solicitado as imagens e o conteúdo das declarações ao presidente da Câmara de Vereadores.

No discurso alvo da apuração, Fantinel alegou que as medidas contra as vinícolas seriam um exagero e sugeriu que os agricultores dessem preferência a “trabalhadores argentinos”, que seriam “limpos e corretos”.

“Todos os agricultores que têm argentinos trabalhando hoje só batem palma. São limpos, trabalhadores, corretos, cumprem o horário, mantêm a casa limpa e no dia de ir embora ainda agradecem ao patrão pelo serviço prestado e pelo dinheiro que receberam”, afirmou.

“Agora, com os baianos, que a única cultura que eles têm é viver na praia tocando tambor, era normal que se fosse ter esse tipo de problema. Deixem de lado aquele povo que é acostumado com Carnaval e festa para vocês não se incomodarem novamente. Que isso sirva de lição… Se estava tão ruim a escravidão, como que alguns do próprio grupo não quiseram ir embora?”, acrescentou.

Segundo as denúncias, os mais de 200 trabalhadores resgatados pelo Ministério do Trabalho eram monitorados por câmeras, alimentados com comida estragada e até submetidos a choques e spray de pimenta